O reflorestamento de áreas degradadas vai muito além da recuperação ambiental. Representa uma poderosa estratégia de desenvolvimento sustentável, geração de empregos e fortalecimento da economia local. A restauração de ecossistemas traz benefícios inquestionáveis, como o aumento da biodiversidade, a melhoria da qualidade da água e do solo, o sequestro de carbono e a regulação do clima. Mas, além desses ganhos ambientais, reflorestar também pode ser um excelente negócio.
É com essa visão que o prefeito de Campos, Wladimir Garotinho, recebeu representantes da Tree+. A empresa de bioeconomia está investindo no plantio de árvores comerciais e restauração ambiental no Norte Fluminense, trazendo consigo a proposta de impulsionar uma nova matriz econômica baseada no uso inteligente e sustentável dos recursos naturais.

Os projetos técnicos são desenvolvidos de acordo com as características de cada propriedade. No conceito de uso integrado da propriedade, o plantio comercial de árvores é intercalado com a mata nativa, pastagens recuperadas e/ou culturas agrícolas. De acordo com a condição do local, a Tree+ define as culturas, espécies e técnicas mais indicadas, com aproveitamento madeireiro ou não-madeireiro.
O processo de recuperação tem início com práticas de conservação do solo. A etapa seguinte é o melhoramento genético de mudas através de parcerias. Numa visão ampliada, a atividade do plantio é aplicada a uma visão integrada da paisagem, que tem como meta criar um cinturão de vegetação unindo as Unidades de Conservação Ambiental existentes na região.
O plantio de árvores comerciais é, hoje, uma alternativa altamente estratégica em um mercado cada vez mais competitivo. As florestas cultivadas fornecem matéria-prima renovável para diversos setores, como papel e celulose, cosméticos, farmacêutico, construção civil e até energia. Além disso, esse tipo de cultivo contribui para a redução da pressão sobre florestas nativas, o que reforça o compromisso com a preservação ambiental. Neste trabalho, inclusive, são aplicadas novas ferramentas tecnológicas, como imagens de satélites e drones.
Outro ponto positivo é a geração de emprego e renda. A implantação de projetos florestais demanda mão de obra qualificada em diferentes fases, desde o preparo do solo até o manejo e colheita. Isso impulsiona a bioeconomia local, fomenta a capacitação profissional e promove o desenvolvimento das comunidades envolvidas, além de gerar oportunidades para startups e empresas prestadoras de serviço.
Com base nesse potencial, a Prefeitura de Campos vem adotando medidas para estruturar esse novo setor. Uma delas é o projeto de criação de dois Distritos Florestais, que terão como foco a organização e o estímulo à cadeia produtiva da silvicultura comercial no município. Para viabilizar essa iniciativa, foi revogada a Lei Municipal 7.282/2002, que impunha restrições ao plantio de árvores comerciais. A atualização da legislação municipal tem como base a Lei Estadual 9.972/2023 e o Decreto Estadual 45.597/2016, que estabelecem diretrizes modernas e sustentáveis para o desenvolvimento do setor florestal no estado do Rio de Janeiro.
Com essas ações, Campos dos Goytacazes se posiciona como protagonista em uma nova era de desenvolvimento econômico sustentável, conciliando proteção ambiental com inovação, geração de empregos e ampliação das oportunidades de negócio. Reflorestar, portanto, não é apenas recuperar o que foi perdido — é também plantar o futuro numa terra restaurada.
Fonte: Jornal O Dia