O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) confirmou, na quinta-feira (15), a detecção de um foco de influenza aviária H5N1 em uma unidade comercial de criação de aves no estado do Rio Grande do Sul. O caso foi identificado no município de Montenegro, localizado na Região Metropolitana de Porto Alegre, e divulgado publicamente nesta sexta-feira (16).
Segundo o governo federal, este é o primeiro registro de gripe aviária de alta patogenicidade (IAAP) na produção comercial brasileira — os casos anteriores envolviam aves silvestres. O vírus H5N1 tem se espalhado globalmente desde 2006, com maior incidência na Ásia, África e norte da Europa.

➡️ O subtipo H5N1 do vírus Influenza afeta, sobretudo, as aves. Ele pode se manifestar de forma leve (LPAI) ou severa (HPAI), sendo este último mais perigoso e letal.
Em resposta ao episódio, a China suspendeu a importação de carne de frango do Brasil por um período de 60 dias, conforme informado pelo ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, em entrevista à TV Globo, em Goiás.
A Secretaria de Agricultura do RS informou que o caso foi atendido inicialmente no dia 12 de maio, em uma granja de reprodução. As amostras colhidas foram enviadas ao laboratório oficial em Campinas (SP), que confirmou a presença do vírus.
Com o diagnóstico positivo, a propriedade em Montenegro foi isolada e as aves remanescentes foram sacrificadas. Será realizada uma investigação complementar em um raio inicial de 10 quilômetros ao redor da área contaminada.
Outros registros também estão sob análise. A Secretaria confirmou a morte de aves no Zoológico de Sapucaia do Sul, que foi temporariamente fechado ao público enquanto aguarda os resultados laboratoriais.
Não há risco pelo consumo de carne ou ovos
O Mapa esclarece que a gripe aviária não é transmitida por meio do consumo de produtos como carne de frango ou ovos. “A população brasileira e internacional pode permanecer tranquila quanto à segurança dos produtos inspecionados. Não há necessidade de restrições ao consumo”, afirmou a pasta em nota.
O risco de contaminação humana pelo H5N1 é considerado baixo e, quando ocorre, geralmente está relacionado a pessoas que mantêm contato direto e intenso com aves infectadas.
As autoridades sanitárias já colocaram em prática as medidas previstas no Plano Nacional de Contingência para conter o avanço da doença, preservar a segurança alimentar e evitar impactos no setor avícola.
O governo brasileiro também notificou organismos internacionais e parceiros comerciais sobre o caso.
Sobre a IAAP
De acordo com o Mapa, a Influenza Aviária de Alta Patogenicidade apresenta uma taxa de mortalidade elevada e repentina, muitas vezes sem sinais clínicos prévios. Quando os sintomas se manifestam, podem incluir apatia extrema, dificuldade respiratória, alterações neurológicas, coloração azulada em partes do corpo (como crista e barbela), além de queda na produção e deformidades nos ovos.
A necropsia geralmente revela inchaços, sangramentos e áreas de necrose em órgãos internos e na pele.
Nota da Secretaria da Agricultura do RS
O Departamento de Defesa Sanitária Animal (DDA), vinculado à Secretaria de Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi), atendeu à suspeita de influenza aviária com sintomas respiratórios e neurológicos em aves reprodutoras na cidade de Montenegro. As amostras enviadas ao Laboratório Federal de Diagnóstico Agropecuário, em Campinas (SP).
Fonte: G1