O ex-vereador Gabriel Monteiro foi libertado do Presídio Pedrolino Werling de Oliveira (Bangu 8), na Zona Oeste do Rio de Janeiro, na noite desta sexta-feira (21), após cumprir 2 anos e 4 meses de prisão.

Mais cedo, a Sexta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu, por unanimidade, revogar sua prisão. Monteiro estava detido desde novembro de 2022, acusado de estuprar uma estudante de 23 anos.

O STJ acatou um recurso da defesa, substituindo a prisão preventiva por medidas cautelares, como o uso de tornozeleira eletrônica e a proibição de contato com a vítima.
Durante a sessão, o ministro Og Fernandes criticou a condução do processo, afirmando que “não é adequado manter uma prisão por mais de dois anos em um caso que a instituição precisou reiniciar devido a erros do Estado”.
O caso de estupro
O crime pelo qual Gabriel Monteiro responde teria ocorrido em 15 de julho de 2022, após outras denúncias já terem sido divulgadas contra ele.
A vítima, uma estudante de 23 anos, relatou ter conhecido Monteiro na boate Vitrinni, na Barra da Tijuca, e, posteriormente, ter sido levada para a casa de um amigo do ex-vereador, no Joá, Zona Sul do Rio.
De acordo com seu depoimento, no local, Monteiro teria a forçado a manter relações sexuais contra sua vontade, utilizando violência física e psicológica, passando uma arma em seu rosto, segurando seus braços, empurrando-a na cama e dando tapas em seu rosto.
Outras acusações e polêmicas
Em março de 2022, ex-funcionários de Gabriel Monteiro denunciaram assédio moral e sexual, além de afirmarem que alguns de seus vídeos eram forjados para gerar engajamento na internet.
O ex-policial militar e ex-vereador, hoje com 31 anos, foi um dos mais votados no Rio de Janeiro nas eleições de 2020, conquistando 60.326 votos pelo PSD.
Uma reportagem do Fantástico trouxe à tona denúncias de assédio e exploração de menores, resultando em uma operação policial contra Monteiro após o vazamento de um vídeo íntimo com um menor de idade.
De acordo com depoimentos de ex-assessores, Monteiro promovia orgias com adolescentes em sua casa. Um deles relatou que, ao chegar à residência do ex-vereador, encontrou jovens chorando, aparentando serem vítimas de abuso sexual.
Cassação do mandato
Em agosto de 2022, a Câmara Municipal do Rio de Janeiro cassou o mandato de Gabriel Monteiro por quebra de decoro parlamentar.
Dos 50 vereadores, 48 votaram pela cassação, enquanto apenas dois foram contrários: o próprio Monteiro e o vereador Chagas Bola.
O ex-vereador foi investigado no Conselho de Ética da Câmara por denúncias de assédio sexual, produção de vídeos forjados e estupro de vulnerável, já que filmava relações com menores, prática considerada crime pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).
Gabriel Monteiro já é réu na Justiça por essas acusações.
Histórico na PM
Antes da política, Monteiro atuava como policial militar no Rio de Janeiro. No mesmo ano em que concorreu a vereador, ele enfrentou um processo de deserção na PM por faltar ao trabalho, mas reverteu a decisão na Justiça, alegando que estava em licença médica.
Ao ser eleito, deixou definitivamente a corporação, pois não possuía tempo de serviço suficiente para obter uma licença de quatro anos e conciliar a função com o mandato.
Fonte: G1