Estado do Rio se prepara para a exportação de gado vivo

diario
Por diario
4 minutos de leitura

Nos últimos anos, a exportação de gado vivo vem se firmando como um dos segmentos de maior crescimento dentro do agronegócio brasileiro. De olho nesse mercado bilionário, o estado do Rio de Janeiro está prestes a se tornar um dos principais polos de embarque de animais do país.
Campos dos Goytacazes saiu na frente, promovendo, em fevereiro de 2024, o primeiro encontro para debater o tema, reunindo 270 pecuaristas e representantes de governos, setor portuário e entidades de classe. O especialista em exportação de gado vivo Adriano Caruso explicou detalhes do processo de exportação, que envolve a identificação de áreas disponíveis para a quarentena necessária antes do embarque dos animais e o cumprimento rigoroso de normas sanitárias e bem-estar animal exigidas pelo Ministério da Agricultura e Pecuária e por organismos internacionais.


Por sua localização estratégica e infraestrutura de ponta, o Porto do Açu, no litoral de São João da Barra, surge como um parceiro natural. Seu calado de 25 metros permitirá o embarque de quantidades maiores de animais e o atracamento de embarcações mais apropriadas ao bem-estar do gado durante a viagem até os portos de destino. Neste mês de fevereiro, o complexo portuário recebeu uma visita técnica de representantes dos governos federal e estadual.
O principal destino do gado vivo são os países islâmicos, como Egito, Turquia, Arábia Saudita e Iraque. Por normas religiosas, a carne consumida nesses países precisa ser fresca, o que exige o abate do gado no próprio país.
Trata-se de um mercado em franca expansão. Em 2022, o Brasil exportou 150 mil cabeças de gado vivo. Em 2023, este número saltou para 400 mil. Em 2024, superou a marca de 1 milhão de cabeças. E tudo indica que a expansão vai continuar.

As possibilidades que se abrem são muitas. Municípios próximos ao Porto do Açu se planejam para viabilizar a implantação de estações de pré-embarque (as chamadas EPEs), onde o gado vindo de todo o Brasil passará pela quarentena antes do embarque. Essa atividade certamente impactará nos negócios locais, envolvendo desde a contratação de mão de obra até a comercialização de alimentos e insumos.
Os pecuaristas locais, de pequeno, médio ou grande porte, também poderão lucrar, pois terão uma porta aberta ao mercado internacional. A possibilidade de exportar seu gado, com ganho de valor agregado, será um incentivo ao melhoramento genético do rebanho e adoção de práticas mais eficientes e sustentáveis de manejo.


Se mantidos os investimentos em certificação, infraestrutura e negociação com novos mercados, a expectativa é que o estado do Rio de Janeiro se torne um importante polo de exportação nos próximos anos, impulsionando ainda mais o agronegócio regional e contribuindo para o crescimento econômico do estado.


A exportação de gado vivo representa uma oportunidade valiosa para os produtores rurais do Rio de Janeiro, que encontram na atividade um novo caminho para expandir seus negócios. Com o apoio dos governos e investimentos estratégicos, a pecuária fluminense ganha força no cenário internacional, consolidando o estado como um novo player nesse mercado em franca expansão.

Fonte: Blog do Mauro Silva / Jornal O Dia

Compartilhe essa notícia