Diante da grave crise que atinge a saúde pública de Campos e municípios vizinhos, com hospitais enfrentando risco de colapso pela ausência de repasses financeiros do Governo do Estado à Prefeitura, o Conselho Municipal de Saúde realizou uma reunião extraordinária nesta terça-feira (8), na sede da Secretaria Municipal de Saúde.
Além dos conselheiros, estiveram presentes o prefeito Wladimir Garotinho, vereadores e representantes de instituições ligadas à área da saúde. Durante o encontro, tanto o secretário de Saúde, Paulo Hirano, quanto o prefeito classificaram a situação como extremamente crítica. Eles anunciaram que o município não tem mais condições de arcar com o atendimento emergencial e outras demandas de pacientes de cidades vizinhas nos dois principais hospitais públicos: o Ferreira Machado e o Hospital Geral de Guarus (HGG).

Com isso, a qualquer momento, atendimentos de emergência oriundos de municípios como São João da Barra, São Francisco de Itabapoana, São Fidélis, Cardoso Moreira, entre outros, deixarão de ser realizados em Campos. Cabe, então, ao Governo do Estado providenciar alternativas em outras localidades para suprir essa demanda.
A decisão será formalmente apresentada pelo secretário Paulo Hirano ao Conselho Intergestores Bipartite (CIB), que reúne representantes da área de saúde do Estado e dos municípios. A medida foi aprovada pela maioria dos integrantes do Conselho Municipal de Saúde de Campos, com apenas quatro abstenções.
“Não se trata de disputa política”
Em entrevista ao site Campos 24 Horas, o prefeito Wladimir Garotinho destacou que essa é “a situação mais difícil” que enfrentou durante sua gestão e reforçou que o impasse não está relacionado a disputas políticas, mas sim ao fato de cerca de um milhão de pessoas da região ficarem sem assistência médica adequada.
“Nunca houve disputa política. O que existe é a minha luta pela saúde de Campos e pela população dos municípios vizinhos, que têm na cidade um polo regional de atendimento. Sem o cofinanciamento estadual, não conseguiremos manter os serviços funcionando”, afirmou o prefeito.
Segundo Wladimir, o Governo do Estado cumpriu os repasses nos anos de 2021 e 2022. No entanto, a partir de 2023, após o período eleitoral e a posse de Rodrigo Bacellar como presidente da Alerj, a situação começou a se deteriorar. “Não posso afirmar que é coincidência, mas o corte no financiamento teve início justamente em 2023”, pontuou.
Fonte: Jornal Campos 24 Horas