A comunidade quilombola de Machadinha, situada em Quissamã e oficialmente reconhecida pela Fundação Cultural Palmares, promoveu neste sábado (17) a 11ª edição da já tradicional Feijoada da Liberdade. O evento, alusivo aos 136 anos da Abolição da Escravidão no Brasil, contou com uma programação que mesclou cultura, música e os sabores da gastronomia afro-brasileira, reunindo um público expressivo.
A celebração foi coordenada pelo Grupo de Tambores da Machadinha, com o apoio da Prefeitura de Quissamã, por meio das secretarias de Direitos Humanos e Cidadania (SEMDHC), de Cultura, Patrimônio Histórico e Lazer (SECPLA), e de Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Turismo (SEMDE). Conforme o último levantamento censitário, o município abriga 993 quilombolas distribuídos nas comunidades de Machadinha, Mutum, Bacurau, Sítio Santa Luzia e Sítio Boa Vista.
O prefeito Marcelo Batista esteve presente na Missa Afro, realizada na Casa de Artes, e ressaltou a importância da iniciativa para a valorização do patrimônio cultural local. “A Feijoada da Liberdade representa uma expressão cultural fundamental para Quissamã. Seguiremos empenhados em preservar nossa memória e promover a igualdade”, declarou.
A vice-prefeita Sabrine Pereira também destacou a relevância do evento: “Momentos como a Feijoada da Liberdade são vitais para manter vivas as raízes, tradições e a trajetória do Quilombo Machadinha. É uma verdadeira celebração da resistência e da identidade quilombola”, enfatizou.
A programação teve início logo pela manhã, com a abertura do espaço e apresentações artísticas dos alunos da Escola Municipal Felizarda Maria da Conceição de Azevedo. O almoço, marcado pela aguardada feijoada, foi servido após a celebração religiosa, ao som de MPB e samba.
Jovana Azevedo, coordenadora adjunta do Grupo de Tambores da Machadinha, pontuou o aspecto reflexivo do encontro: “A Feijoada da Liberdade é um momento de introspecção, fortalecimento coletivo, comemoração das vitórias e valorização da cultura quilombola junto à sociedade.”
Ao longo da tarde, os visitantes participaram de oficinas, rodas de diálogo e manifestações culturais, proporcionando trocas enriquecedoras sobre as tradições locais. O acendimento simbólico da fogueira, ao entardecer, trouxe um clima de união e espiritualidade, seguido pela emblemática Roda de Jongo — expressão afro-brasileira de forte significado para os moradores da região.
Representantes de universidades também estiveram presentes. Entre os participantes, Gabrielle Soares, da UFF/Rio das Ostras, prestigiou o evento pela terceira vez, sendo esta sua segunda participação na Feijoada.
O encerramento foi animado por uma apresentação de forró com o grupo Os Piratas, promovida pela Prefeitura de Quissamã.
Fonte: Prefeitura Municipal de Quissamã
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