Agente da Core é morto por atirador oculto a curta distância

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Por diario
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Não havia confronto armado no momento em que o policial civil José Antônio Lourenço foi assassinado, na manhã desta segunda-feira (19), durante o início da Operação Gelo Podre.

Segundo apuração da TV Globo, Lourenço foi baleado por um atirador isolado, posicionado próximo e oculto por trás de uma seteira. O disparo atingiu sua cabeça.

Seteiras são aberturas estreitas em muros, com tamanho suficiente apenas para a passagem do cano de uma arma. Esses muros costumam ser reforçados para resistir a disparos de armas pesadas.

Lourenço era integrante da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core), o grupo de elite da Polícia Civil. Sua equipe atuava na linha de frente para garantir a entrada de agentes das delegacias do Consumidor e do Meio Ambiente, além de técnicos do Instituto Estadual do Ambiente (Inea), até a fábrica de gelo alvo da investigação.

Gelo irregular

O agente foi morto durante uma operação que apura crimes ambientais e riscos à saúde pública, resultando na interdição de uma fábrica de gelo localizada na Cidade de Deus.

No local, foram encontradas embalagens descartadas no chão, utensílios sem higiene e ausência de licença ambiental. Segundo o governo estadual, o gelo produzido abastecia quiosques situados na Barra da Tijuca e no Recreio dos Bandeirantes. Duas pessoas foram conduzidas para prestar depoimento.

Além da unidade na Cidade de Deus, outro ponto de produção, em Jacarepaguá, também foi alvo da operação.

As embalagens apreendidas afirmavam que o produto era “adequado para consumo humano”. No entanto, a Cedae, por meio de um laboratório móvel, coletou novas amostras para exames — os resultados ainda não foram divulgados.

As investigações apontam que algumas das empresas utilizavam água de poços sem a devida autorização ambiental e sem tratamento sanitário, além de comercializarem água engarrafada de forma clandestina, com rótulos falsificados de marcas reconhecidas.

A Secretaria de Polícia Civil informou que 70% das fábricas de gelo vistoriadas em 2024 apresentaram irregularidades, como presença excessiva de amônia e condições sanitárias inadequadas.

De acordo com o secretário de Polícia Civil, Felipe Curi, parte dessas empresas se estabelecia em comunidades sob domínio de facções criminosas como forma de evitar ações de fiscalização.

Os responsáveis poderão ser indiciados por crimes contra a saúde pública e contra as relações de consumo, com penas que podem chegar a até 8 anos de reclusão.

Fonte: CNN

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