Chanceleres do BRICS voltam a se reunir nesta terça-feira no Rio de Janeiro

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Por diario
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Os ministros das Relações Exteriores dos países que integram o BRICS devem divulgar uma declaração criticando medidas unilaterais no comércio internacional, em resposta ao recente “tarifaço” do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

A primeira reunião oficial de chanceleres desde a expansão do bloco ocorreu nesta segunda-feira (28), no Rio de Janeiro, sendo dividida em duas sessões lideradas pelo ministro brasileiro das Relações Exteriores, Mauro Vieira. Os representantes voltarão a se reunir nesta terça-feira (29), no Palácio do Itamaraty, no Centro da capital fluminense.

Durante os encontros, foram discutidos temas como a promoção da paz global e a necessidade de reformar a governança internacional, incluindo a reivindicação de alguns países, como o Brasil, por vagas permanentes no Conselho de Segurança da ONU.

Na abertura dos trabalhos, Mauro Vieira destacou que o BRICS atua como uma coalizão de cooperação:

“O caminho para a paz é desafiador e não linear. No entanto, o BRICS pode e deve ser uma força para o bem, não como um bloco de confrontação, mas como um grupo de colaboração. Precisamos liderar pelo exemplo, reafirmando nossa crença em um mundo multipolar, onde a segurança é um direito de todos e não privilégio de poucos.”

Após se reunir com o chanceler russo Sergey Lavrov, Vieira também comentou que “o conflito na Ucrânia continua gerando graves consequências humanitárias” e reforçou a necessidade urgente de uma solução diplomática que respeite os princípios da Carta das Nações Unidas. O presidente Lula deverá visitar Moscou em maio.

O ministro ainda reafirmou a posição do Brasil e do BRICS em defesa da criação de dois Estados para resolver o conflito entre Israel e Palestina:

“Uma solução justa e duradoura para o conflito entre Israel e Palestina só poderá ser alcançada por meios pacíficos e em conformidade com o direito internacional. Mantemos nosso compromisso com a criação de um Estado Palestino independente e viável, dentro das fronteiras de 1967, com Jerusalém Oriental como capital, coexistindo em paz e segurança com Israel.”

Pela manhã, Mauro Vieira negou que o grupo esteja desenvolvendo planos para a criação de uma moeda única.

Uma terceira rodada de reuniões está agendada para esta terça-feira (29), quando os chanceleres devem reafirmar a defesa do multilateralismo, ponto central do documento que será divulgado, conforme antecipado pelo embaixador Maurício Carvalho Lyrio, secretário de Assuntos Econômicos e Financeiros do Itamaraty e Sherpa do Brasil no BRICS.

O evento antecede a cúpula de líderes do BRICS, marcada para os dias 6 e 7 de julho, também no Rio de Janeiro.

Atualmente, o BRICS conta com 11 membros: Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Irã, Indonésia e Arábia Saudita. Há ainda países parceiros, como Belarus, Bolívia, Cuba, Cazaquistão, Malásia, Nigéria, Tailândia, Uganda e Uzbequistão, convidados para participar tanto da Cúpula quanto das reuniões ministeriais e que podem endossar os documentos oficiais.

Além das sessões no Palácio do Itamaraty, o ministro Mauro Vieira também realiza encontros bilaterais com representantes dos países-membros e parceiros. No domingo (27), já se reuniu com líderes da Indonésia, Rússia, Tailândia e Uganda, e novas reuniões estão previstas com representantes da Tailândia, China, Cuba, Nigéria e Etiópia.

Fonte: band.uol.com.br

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