Ex-PM do Bope é preso por suspeita de treinar traficantes e lavar dinheiro para facção na Zona Oeste do Rio

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Por diario
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A Delegacia de Roubos e Furtos prendeu, na manhã desta segunda-feira, o ex-policial militar Ronny Pessanha de Oliveira, conhecido como “Caveira”. Ele é investigado por oferecer treinamento a criminosos em comunidades controladas pelo Comando Vermelho na Zona Oeste do Rio. A prisão ocorreu na comunidade da Muzema.

Além disso, Ronny é suspeito de envolvimento em lavagem de dinheiro, utilizando uma empresa de segurança patrimonial como fachada para movimentações financeiras ilícitas. Ele também é acusado de controlar, de maneira violenta, diversos empreendimentos imobiliários em Itanhangá e Rio das Pedras, recorrendo a armamento pesado para expulsar moradores e tomar posse de imóveis.

O ex-PM já havia sido detido em 2024 por suspeita de vínculos com milicianos em Rio das Pedras. Durante sua carreira, foi lotado no 9º BPM (Rocha Miranda), no Bope e no 41º BPM (Irajá), até ser expulso da corporação em setembro de 2023.

Investigação e Acusações

O secretário de Polícia Civil, Felipe Curi, destacou que a prisão de Ronny foi uma estratégia para conter a expansão do Comando Vermelho na região. Segundo ele, o ex-PM atuava de forma agressiva, chegando a expulsar moradores e substituir ocupantes de imóveis na Muzema. Curi ainda revelou que Ronny é suspeito de envolvimento no assassinato de duas pessoas em condomínios da área.

O delegado Jefferson Ferreira, titular da DRF, explicou o esquema de lavagem de dinheiro utilizado por Ronny:

“Ele administrava uma empresa de fachada, sem funcionários registrados ou presença digital. A investigação começou após identificarmos movimentações suspeitas, com depósitos em espécie que somaram quase R$ 600 mil em apenas dois meses. O dinheiro de origem ilícita passava pela conta da empresa, simulando prestação de serviços para ser lavado”, detalhou o delegado.

As investigações apontam que Ronny tinha contato direto com líderes do Comando Vermelho e contava com a ajuda da própria mãe para ocultar patrimônio e realizar transações financeiras irregulares.

“A mãe dele, que era sócia na empresa, auxiliava na ocultação de bens. Um exemplo é um veículo avaliado em R$ 300 mil registrado no nome dela”, afirmou Ferreira. A polícia segue tentando localizar e prender a mãe do ex-PM.

Bloqueio de Bens e Histórico Criminoso

A Justiça do Rio de Janeiro determinou o bloqueio de R$ 3 milhões movimentados pela empresa de Ronny em menos de um ano, além da apreensão de veículos de luxo em seu nome.

O ex-PM também é apontado como proprietário de um dos prédios demolidos em 2021 durante uma operação conjunta do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) e da prefeitura na Muzema.

A ação contou com a colaboração da Subsecretaria de Inteligência da Polícia Militar, do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope), da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) e da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) do Vidigal.

Fonte: G1

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