O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) comunicou nesta terça-feira (18) que se afastará temporariamente do cargo para residir nos Estados Unidos, onde já se encontra desde o final de fevereiro.
Ao justificar sua decisão, Eduardo criticou o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), responsável pelo inquérito que investiga seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro, por suposta tentativa de golpe de Estado. O deputado, no entanto, não é alvo da investigação.
O anúncio foi feito por meio de uma rede social, poucos dias antes do julgamento no STF que pode tornar Jair Bolsonaro réu no processo.
Eduardo Bolsonaro afirmou que sua licença será temporária e que abrirá mão do salário de R$ 46.366,19. Em 2022, ele foi o terceiro candidato a deputado federal mais votado em São Paulo, com 741.701 votos, ficando atrás de Guilherme Boulos (PSOL) e Carla Zambelli (PL).
Pouco após sua declaração, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, negou um pedido do PT para a apreensão de seu passaporte. O partido argumentou que Eduardo estaria utilizando viagens internacionais para incitar políticos americanos contra o STF.
Além disso, o deputado responde a uma ação penal por difamação movida pela deputada Tábata Amaral (PSB-SP), após ter alegado, sem provas, que ela criou um projeto sobre distribuição de absorventes para beneficiar o empresário Jorge Paulo Lemann.
Mudança na Comissão de Relações Exteriores
Com a licença de Eduardo, a presidência da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional da Câmara será assumida pelo deputado Luciano Zucco (PL-RS), seu colega de partido e líder da oposição na Casa.
“Zucco será o novo presidente da comissão. Ele ajudará institucionalmente a manter a ponte com o governo Trump e o bom relacionamento com países democráticos e desenvolvidos”, declarou Eduardo.
Dentro do PL, Eduardo Bolsonaro ocupa o cargo de secretário de Relações Internacionais e é conhecido por sua proximidade com aliados do ex-presidente americano Donald Trump. Sua possível indicação para presidir a comissão gerou discordância entre parlamentares governistas, que viam o posto como um potencial palanque para ataques contra Alexandre de Moraes e demais investigações que envolvem Jair Bolsonaro e seus aliados.
Declarações e motivos da licença
Na publicação feita no Instagram, Eduardo Bolsonaro afirmou que, durante a licença, pretende se dedicar a buscar punições para Alexandre de Moraes e à Polícia Federal, a quem se referiu de forma crítica.
O deputado também expressou receio de ser preso por determinação do STF e não informou a duração de sua estadia nos Estados Unidos.
“Não vou me acovardar nem me submeter a um regime de exceção e seus truques sujos. Assim como assumi o mandato para representar minha nação, agora abdico temporariamente dele para seguir cumprindo essa missão. Vou me licenciar, sem remuneração, para me dedicar integralmente a buscar sanções contra os violadores de direitos humanos”, afirmou.
Fonte: G1
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