A inflação cresce 1,31% em fevereiro, a maior taxa desde 2003

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Por diario
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Os preços de bens e serviços do país subiram 1,31% em fevereiro, maior taxa para o mês desde 2003. O índice representa avanço de 1,15 ponto percentual da inflação em comparação a janeiro (0,16%). O Brasil tem inflação acumulada de 5,06% — ainda acima do teto da meta para este ano, que é de 4,50%.

O resultado do mês passado ficou dentro do esperado por analistas do mercado financeiro. As previsões da Warren Investimentos e do relatório Focus eram de alta de 1,28% e 1,35%, respectivamente, em fevereiro.

A guinada da inflação em fevereiro foi influenciada especialmente pelo aumento de 16,80% na energia elétrica residencial, que exerceu impacto de 0,56 ponto percentual no índice geral.

O segundo grande “puxador” da alta da inflação em fevereiro é a educação, que subiu 4,7% graças ao início do ano letivo, representando impacto de 0,28 ponto percentual.

É o que dizem os dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) — que mede a inflação oficial do país —, divulgado nesta quarta-feira (12/3) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O que é IPCA

  • Refletindo o custo de vida e o poder de compra do cidadão brasileiro, o IPCA é calculado desde 1979 pelo IBGE.
  • O IPCA é considerado o termômetro oficial da inflação e é usado pelo Banco Central para ajustar a taxa básica de juros, a Selic.
  • Ele mede a variação mensal dos preços na cesta de vários produtos e serviços, comparando-os com o mês anterior. A diferença entre os dois itens da equação representa a inflação do mês observado.
  • O IPCA tem por meta pesquisar dados nas cidades, de forma a englobar 90% das pessoas que vivem em áreas urbanas no país.
  • O índice pesquisa preços de categorias como transporte, alimentação e bebidas, habitação, saúde e cuidados pessoais, despesas pessoais, educação, comunicação, vestuário, artigos de residência, entre outros.

Como a inflação se comportou?

Quatro dos noves grupos de produtos e serviços pesquisados concentram 92% do resultado da inflação de fevereiro, de acordo com o IBGE. São eles: Habitação, Educação, Alimentação e bebidas e Transportes.

Confira o resultado, por grupos, do IPCA:

  • Educação: 4,70%;
  • Habitação: 4,44%;
  • Alimentação e bebidas: 0,70%;
  • Transportes: 0,61%;
  • Saúde e cuidados pessoais: 0,49%;
  • Artigos de residência: 0,44%;
  • Comunicação: 0,17%;
  • Despesas pessoais: 0,13%;
  • Vestuário: 0%.

Veja o impacto, por grupos, na inflação em fevereiro:

  • Habitação: 0,65 ponto percentual;
  • Educação: 0,28 ponto percentual;
  • Alimentação e bebidas: 0,15 ponto percentual;
  • Transportes: 0,13 ponto percentual;
  • Saúde e cuidados pessoais: 0,07 ponto percentual;
  • Artigos de residência: 0,01 ponto percentual;
  • Comunicação: 0,01 ponto percentual;
  • Despesas pessoais: 0,01 ponto percentual;
  • Vestuário: 0 ponto percentual

Meta pode ser descumprida em junho, avalia BC

Em janeiro, o BC admitiu a possibilidade de a inflação acumulada em 12 meses ficar acima do teto do intervalo de tolerância da meta durante seis meses seguidos (até junho) — o que caracterizaria o descumprimento da meta inflacionária em 2025.

Se a inflação continuar avançando, o valor acumulado em 12 meses permanecerá “acima do limite superior do intervalo de tolerância da meta nos próximos seis meses consecutivos”. “Desse modo, com a inflação de junho deste ano, configurar-se-ia descumprimento da meta sob a nova sistemática do regime de metas”, ressaltou o órgão.

Fonte: Jornal Metrópoles

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