Quando se fala sobre programas de proteção social e transferência de renda, como o conhecido Bolsa Família, há uma expressão frequentemente mencionada como objetivo a ser alcançado: “a porta de saída”. Ela se refere aos beneficiários que conseguem superar a situação de vulnerabilidade e deixam de depender do auxílio financeiro do governo para atender suas necessidades essenciais.
Na maioria dos casos, quem deixa o programa é porque conseguiu uma oportunidade de emprego ou obteve sucesso ao trabalhar por conta própria, conquistando a autonomia financeira para sustentar sua família.

No Norte Fluminense, o balanço do último ano trouxe boas notícias: nos três maiores municípios da região, aproximadamente 19 mil pessoas saíram do Cadastro Único de Programas Sociais (CadÚnico) do governo federal entre janeiro de 2024 e janeiro de 2025. Campos foi o líder, com 15.409 pessoas encontrando a “porta de saída”. Em Rio das Ostras, foram 2.940 pessoas e em Macaé, 554.
A diminuição no número de famílias no CadÚnico está diretamente ligada à criação de novas oportunidades, como mostram os dados do Ministério do Trabalho e Emprego. Segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), que monitora as contratações e demissões com carteira assinada, o Norte Fluminense teve um saldo positivo de 8.611 empregos em 2024. Macaé foi o município que mais gerou vagas, com 7.097 novas oportunidades, seguido por Campos, com 2.946 novas vagas.
No entanto, os empregos formais não são o único indicador de prosperidade. Muitos trabalhadores se formalizaram como Microempreendedores Individuais (MEI), abrindo seus próprios negócios e alcançando sucesso. Dentro desse grupo estão, por exemplo, donos de lojas de bairro, costureiras, mecânicos, padeiros, confeiteiras e artesãos, entre outros. Apenas em Campos, maior cidade da região e do interior do estado, o número de MEIs cresceu 31% nos últimos quatro anos.
É inegável a relevância dos programas sociais. Somente aqueles que carecem de sensibilidade criticariam a ação do Estado em fornecer apoio àqueles que mais necessitam. No entanto, é muito positivo observar que, em alguns municípios, a combinação de políticas públicas de proteção social e desenvolvimento econômico está avançando de forma conjunta, funcionando como uma estratégia eficaz para “promover” as pessoas a uma vida melhor.
Fonte: Jornal O Dia