Outro grupo de brasileiros deportados pelos Estados Unidos chegou ao Brasil na noite de sexta-feira (7). A maior parte desembarcou em Belo Horizonte.
O desembarque foi feito sem algemas e com uma equipe de recepção no local. Todos os deportados receberam kits contendo refeições e produtos de higiene. Noventa e seis pessoas seguiram para Minas Gerais a bordo de um avião da Força Aérea Brasileira. Outras 15 foram direcionadas ao Ceará. O destino final do voo fretado pelo governo americano, que partiu de Alexandria, Louisiana, foi o Aeroporto Internacional de Fortaleza na madrugada de sexta-feira (7).

Anteriormente, todos os voos com deportados tinham como destino direto o aeroporto de Confins. A escolha do governo brasileiro em fazer a primeira parada em Fortaleza se deve à proximidade da cidade com os Estados Unidos, o que encurta a viagem. Isso faz com que os deportados passem menos tempo algemados, um procedimento padrão das autoridades americanas.
Há duas semanas, no primeiro voo sob a administração de Donald Trump, os deportados chegaram ao Brasil com algemas. As imagens geraram protestos por parte do Itamaraty.
Na noite de sexta-feira (7), no aeroporto de Confins, a sensação predominante foi de alívio. O corretor de imóveis César Diego Justino de Abreu, de Caldas Novas, Goiás, ao desembarcar, beijou o chão.
“A situação lá estava muito difícil, muito sofrimento. Foram quatro meses detido. Eu jamais aconselho alguém a passar por isso”, relatou.
O motoboy João Vitor Bastista Alves, de Governador Valadares, ingressou ilegalmente nos Estados Unidos em 3 de janeiro. Ele se entregou às autoridades norte-americanas. Sua volta ao Brasil foi complicada.
“Apesar de termos imigrado ilegalmente, não somos criminosos perigosos para ser tratados como fomos. Passamos 24 horas apenas com pão e água”, comentou.
A ministra dos Direitos Humanos e Cidadania, Macaé Evaristo, recebeu os repatriados em Minas Gerais.
“Essas são pessoas brasileiras, repatriadas, e o nosso país, assim como aqui em Minas, tem uma tradição de acolher bem. O que buscamos é garantir cidadania, oportunidades, e que essas pessoas possam rapidamente se integrar ao mercado de trabalho e viver com dignidade”, afirmou Macaé Evaristo.
Após o desembarque em Confins, o lavrador Nicolas Campana decidiu seguir para a rodoviária de Belo Horizonte, com destino a Colatina, no Espírito Santo.
“Quero encontrar minha família, abraçá-los e me sentir mais confortável, descansar um pouco, porque a viagem foi bastante cansativa. A jornada até aqui foi bem difícil”, disse.
Fonte: G1